Polícia Civil deflagra Operação Rota Sudoeste contra o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro
A Polícia Civil do Paraná, por meio da Divisão Estadual de Narcóticos (DENARC) – Núcleo Pato Branco – e da 19ª Subdivisão Policial de Francisco Beltrão, deflagrou na manhã desta terça-feira (15) a Operação Rota Sudoeste, que desmantelou uma organização criminosa especializada no tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro.
As investigações começaram em junho de 2023, após a apreensão de quase cinco toneladas de maconha em Francisco Beltrão, pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). O motorista do caminhão foi preso em flagrante, mas solto cinco meses depois, voltou a atuar no crime e adquiriu caminhões avaliados em cerca de R$ 2 milhões.
Segundo a polícia, a quadrilha adquiria drogas em áreas de fronteira, armazenava temporariamente em áreas rurais do Sudoeste do Paraná, e distribuía para outros estados, principalmente Santa Catarina, além de Rio Grande do Sul e Goiás. A logística, apelidada de “Rota Sudoeste”, foi estruturada para driblar fiscalizações nas rotas mais vigiadas.
A organização usava veículos batedores, muitos alugados, para dificultar a identificação dos envolvidos. Em 14 de fevereiro de 2025, a Polícia Civil de São Paulo apreendeu mais uma carga da quadrilha: cerca de cinco toneladas de maconha escondidas entre “bags” de farinha de trigo, que seria enviada para Goiás.
Em 28 de março, durante a Operação Chiusura, a Polícia Civil do Distrito Federal prendeu um casal de Goiânia que comprava as drogas. Eles levavam uma vida luxuosa e usavam contas bancárias de empresas de fachada para movimentar o dinheiro do tráfico.
As investigações apontaram que uma das empresas utilizadas, Barbosa Transportes, pagava pelos entorpecentes enviados da base criminosa em Francisco Beltrão. A conta pessoal da proprietária da empresa e do filho – nomeado em 2023 como assessor parlamentar na Câmara de Goiânia – também era utilizada no esquema.
Quatro empresas de fachada foram identificadas em Francisco Beltrão, atuando nos ramos de alimentação, entretenimento, cosméticos e hotelaria, todas utilizadas para lavar o dinheiro ilícito. Um dos proprietários dos caminhões também é dono de um hotel registrado em nome de terceiros. Em 1º de abril, outro carregamento da quadrilha, com 2,8 toneladas de maconha, um fuzil e uma pistola 9mm, foi interceptado pela PRF em Simão Pereira (MG).
O líder da organização vivia em um apartamento de luxo em Francisco Beltrão e mantinha dois comércios na cidade, também em nomes de “laranjas”. Em dois anos, o grupo movimentou mais de R$ 52 milhões.
A operação desta terça-feira mobilizou cerca de 120 policiais civis, com o cumprimento de 13 mandados de prisão preventiva, 24 de busca e apreensão, além do sequestro de veículos e bloqueio de contas bancárias. As ações ocorreram em Francisco Beltrão, Manfrinópolis, Três Barras do Paraná e em Chapecó (SC).
A Polícia Civil destacou a cooperação com a PRF, considerada essencial para o sucesso da operação, que segue com diligências em andamento e análise de material apreendido.
Fonte: PP News FB
